
A notícia:
Inspector-geral critica forças de segurançaO Sindicato Nacional de Polícia (SINAPOL) exigiu, ontem, a demissão imediata do inspector-geral da Administração Interna, na sequência de uma entrevista ao jornal "Expresso", na qual refere, nomeadamente, que "há por aí muita 'cowboyada ' de filme na mentalidade de alguns polícias". Esta acabou por ser a reacção mais radical à entrevista, já que outros sindicatos chegaram mesmo a elogiar a coragem de António Clemente Lima.
O inspector-geral considera que"há muita impertinência, intolerância, impaciência da parte da Polícia" no "atendimento ao cidadão", que, a seu ver, é sinal de "incompetência". Uma leitura que não é partilhada pelo ministro da Administração Interna, que rejeitou a existência de comportamentos "menos próprios" das forças de segurança para com os cidadãos, considerando que a existirem são a excepção e não a regra.
A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP) encara como um alerta ao Governo as declarações críticas do inspector-geral relativamente à PSP e GNR. O presidente da ASPP/PSP afirmou que em muitos pontos concorda com o inspector-geral, sublinhando a desmotivação e gastos com cerimónias. "Exige-se aos polícias que por 740 euros (ordenado de um agente base) arrisquem a vida e as contrapartidas são nulas", criticou. "É evidente que não podemos concordar quando refere incompetência. A PSP tem evoluído muito nos últimos anos e não acredito que o senhor inspectortenha dito isso num contexto de crítica destrutiva dos polícias", disse o presidente da ASPP/PSP, Paulo Rodrigues.
Também a Associação dos Profissionais da Guarda (APG) se mostrou "próxima" das palavras do inspector. José Manageiro diz mesmo que a GNR está hoje "pior do que há alguns anos", nomeadamente no "acentuar da vertente militar", que a "descaracteriza". Na entrevista, Clemente Lima afirma que a GNR "vê o cidadão como inimigo".
Noticia retirada do jn de 25 de Novembro de 2007